DEPRESSÃO
Resolvi escrever um pouco sobre depressão movida por duas questões; grande parte dos pacientes que chegam ao consultório apresentam esta queixa. O outro motivo está no fato de que é cada vez mais maior o número de adolescentes com este diagnóstico.
Fico pensando que se nossa juventude está deprimida, alguma coisa está acontecendo de muito grave. Um fenômeno social está instalado e precisamos fazer algo para bloquear isso.
De minha parte pretendo escrever com a intenção de esclarecer.
Hoje a depressão é o Transtorno psiquiátrico mais comum e incapacitante. Mais de 350 mil pessoas no mundo sofrem de depressão.
Estudos mostram que até 2020, a depressão será a segunda causa de incapacitação do mundo, atrás apenas de doenças cardíacas. Ela atinge 15% da população mundial entre esta porcentagem 25% são mulheres.
Outro motivo de grande preocupação é que a incidência de casos de depressão vem crescendo na população infantil e adolescente.
Tendo como base todos estes dados alarmantes quero resgatar alguns conceitos básicos.
O que é a depressão?
É a permanência do sentimento de tristeza e irritabilidade por mais de 2 semanas acompanhado de um modo de ver a vida desesperanço, um sentimento de perda de sentido na vida. A pessoa depressiva não vê prazer em nada e sente um enorme vazio.
Para Aaron Back o que determina se a pessoa vai ter depressão ou não é a forma como ela interpreta os eventos da vida (Beck).
A depressão muda a visão que a pessoa tem de si, do mundo e a visão de futuro.
Estes aspectos relacionados com crenças mais centrais vão determinar o estabelecimento do processo depressivo.
Por ex.: a aposentadoria para algumas pessoas representa a oportunidade de curtir a vida, fazer coisas mais prazerosas, talvez desenvolver uma atividade profissional que sempre quis fazer e não pode. Já para algumas pessoas pode significar o fim da vida, a velhice ou a falta de prestígio.
A pessoa que está com depressão tende a distorcer automática e negativamente as informações sobre si e o ambiente.
O estresse provocando pela ativação de uma parte do cérebro responsável por reações emocionais como medo e raiva, a amígdala cerebral é acionada e estimula a produção do cortisol, o hormônio do estresse que vai influenciar a instalação da depressão.
Dessa forma vão existir alterações na atenção, na cognição e na memória. A cognição automaticamente tem percepções negativas e vai passar a fazer a pessoa perceber os eventos de forma negativa, a memória passa a evocar predominantemente lembranças negativas e assim a pessoa entra num ciclo vicioso que não só instala como também mantém a depressão.
Qual a causa da depressão?
- Predisposição genética
- Contexto social
- Hábitos de vida
Tipos de depressão?
Segundo o DSM – V pode haver quatro tipos de depressão;
- Transtorno Disruptivo da regulação do humor
- Transtorno Depressivo Maior
- Transtorno Depressivo Persistente (Distimia)
- Transtorno Disfórico Pré – Menstrual
Os sintomas da depressão vão atingir vários aspectos da vida da pessoa.
Comportamentais |
Cognitivos |
Motivacionais |
Fisiológicos |
Emocionais |
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Como tratar a depressão?
Com medicação, terapia e atividade física.
Com a medicação há uma mudança na comunicação dos neurotransmissores no Cérebro. O remédio vai ajudar a regularizar substancias como a serotonina.
Já a terapia vai ajudar a pessoa a identificar os pensamentos negativos que trazem a falta de esperança e de sentido para viver e na sequencia ajudar a reformular estes pensamentos, a transformá-los de maneira positiva visando o reconforto pessoal.
A atividade física aumenta a produção de serotonina, substancia importante para sensação de felicidade.
Portanto, procure um profissional qualificado, faça atividades físicas, saia com amigos.
Outra orientação importante é, preste atenção e anote os pensamentos negativos. Identifique estes pensamentos e tente lutar contra os eles no sentido de modificá-los.
A medicação pode ajudar, mas não deve ser a única estratégia para combater este mal tendo em vista que o que causa a depressão tem causas multifatoriais.
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